quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Parcerias entre escolas com órgão públicos e sociedade pode ser caminho para promoção da paz e mediação de conflito


Parcerias entre escolas com órgão públicos e sociedade pode ser caminho para promoção da paz e mediação de conflitos

Gestores escolares que participaram do Forpaz levarão informações prévias aos professores que participarão de qualificação em novembro
Sessenta gestores de escolas estaduais e municipais pertencentes as cidades de Belo Horizonte, Santa Luzia, Ribeirão das Neves, entre outras que compõe a Superintendência Regional de Ensino (SRE) Metropolitana C, participaram durante toda a manhã e tarde desta quinta-feira, 20, do ‘I Encontro de Promoção da Paz e de Articulação em Rede – Forpaz’ .
O encontro que teve lugar na Magistra – Escola de Formação e Desenvolvimento de Educadores de Minas Gerais, em Belo Horizonte, é uma prévia do evento que acontecerá em novembro, e que irá qualificar professores das Metropolitanas para a promoção da paz e a mediação de conflitos nas escolas.
 
 
Neste 20-09, além de três palestras, e debates, os diretores participaram de uma dinâmica de grupo que propôs a trocade experiências e a construção de soluções sobre como buscar parcerias e quais órgãos, instituições e associações podem ser acionadas pelos educadores neste trabalho de mediação e prevenção de violência dentro do ambiente escolar.
Além da secretária adjunta de estado de Educação, Maria Sueli de Oliveira Pires, que fez o pronunciamento de boas vindas, estiveram presentes também no encontro, o professor associado da Universidade Federal de Minas Gerais, Walter Ernesto Ude Marques, que falou sobre a importância do trabalho em rede, membros da Guarda Municipal e da Defensoria Pública, como Roberta de Mesquita Ribeiro, que é também coordenadora do Forpaz, Francis de Oliveira Barreto Coutinho – mediadora de conflitos – e o especialista em Infância e Juventude, Wellerson Eduardo da Silva Corrêa, que palestrou sobre “a escola, como agir diante da prática de Ato Infracional e Ato Disciplinar”.

Segundo a secretária adjunta de Educação “o encontro é um preparatório fundamental para que os diretores comecem a se reconhecer e para que eles troquem experiências. Esses diretores chegarão ao encontro de novembro com os professores das metropolitanas A, B e C, com uma concepção de rede mais estruturada. E a RMBH é bastante complexa. Há realidades distintas e é muito importante, criar uma dinâmica, uma cultura de intercambio e cooperação. Por isso, o que buscamos no Forpaz é a disseminação de uma nova cultura”, destacou Sueli Pires.
Gestores sugeriram e colheram sugestões de parcerias, como os programas do Juizado da Infância,
 
Para o defensor público Wellerson Eduardo da Silva Corrêa, o cenário para que uma parceria ampla entre escolas, sociedade e órgãos governamentais aconteça é cada vez mais propenso. “As escolas estão mais abertas ao diálogo e tabus ligados ao nosso trabalho, por muito tempo foi visto como intromissão, imposição e repressão estão sendo superados. Éramos acionados somente quando uma violação já tinha ocorrido. E isso está mudando, graças a trabalhos de conscientização e sensibilização como este que o Forpaz vem coroar, permitindo que medidas preventivas e protetivas de crianças e adolescentes aconteçam nas escolas”, explicou.
Empoderamento do aluno

Detectar lideranças “boas ou más”, criar noções de pertencimento dentro da escola, promover o convívio com o diferente, buscando o ecletismo, oportunizar grupos de discussão, nos quais os alunos são os protagonistas são medidas interessantes, na visão do defensor público, que empoderam o jovem, e contribuem para sua mudança de postura. “É preciso trazer os alunos para o centro do debate, ouvir o que eles têm a dizer, e usar esta estratégia para dectectar e antecipar soluções de problemas”, ponderou.

O defensor público acredita igualmente que Minas Gerais está na vanguarda neste tema, incrementando cada vez mias ações que assessorem as escolas neste desafio contra a violência, com programas como o Forpaz e o Fórum Técnico Segurança nas Escolas – Por uma Cultura de Paz, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que até 2015 pretende atender 2.800 escolas da rede estadual. “O Forpaz está alimentando aquilo que buscamos, que é incitar a convivência das escolas com outras instâncias, e torná-las protagonistas deste sistema de proteção e garantia de direitos da criança e do adolescente” observou.
Parcerias que precisam ser buscadas
A analista educacional e membro da comissão executiva do Forpaz, Fernanda Spolaor, lembrou aos diretores durante dinâmica que grupo “que a escola não está sozinha. Existem vários órgãos públicos disponíveis para nos ajudar, mas precisamos internalizar o seguinte: a responsabilidade é de todos sim, mas é tarefa de acionar ajuda, estes órgãos é da escola, a diligência precisa partir do diretor”.
 
Fernanda compartilhou com os diretores e inspetores de escolas, a ideia que surgiu no I Encontro Regional do Forpaz, realizado em Juiz de Fora, no mês de agosto, que é a criação de um site que em breve será colocado no ar, e que lista, por exemplo, os serviços, atribuições, telefones, horários de atendimento de 56 parceiros entre órgãos públicos, organizações não governamentais, iniciativas privadas e associações que podem ser úteis para as escolas da regional de ensino, além de listagem de solução de casos de conflito, de natureza física e verbal, para troca de experiência.
“A ideia é que cada regional tenha a sua”, observou Fernanda Spoloar que veiculou o vídeo “Gentileza gera gentileza todo o dia” tradução livre para ‘’Kindness Boomerang All Day’’ – título original, que emocionou alguns dos diretores presentes. “Mediamos um caso de conflito entre aluno em Juiz de Fora, usando este vídeo. Antes de abordamos o problema ou repreendermos os meninos, mostramos este vídeo, demos um bom exemplo, e eles ficaram estáticos. Estes exemplo queremos compartilhar”, contou a analista educacional.
As opiniões
A diretora da Escola Estadual Britaldo Soares Ferreira Diniz, Vânia Azla de Oliveira, saiu deste I Encontro de Promoção da Paz e de Articulação em Rede – Forpaz, com parcerias com a Guarda Municipal, Secretaria Estadual e Municipal de Educação. “Não sabia da disponibilidade de apoio do Conselho Regional de Serviço Social (CRAS) as escolas”.
 
Para a inspetora escolar, Liozina Angélica, que atua em Ribeirão das Neves, “a escola precisa criar sua identidade, ser pró-ativa e buscar sua própria receita de promoção de paz. Não há uma fórmula pronta e o Forpaz vem lembrar isso, é preciso conhecer esta rede que existe para nos ajudar e acioná-las”.
O diretor da Escola Estadual Henrique Souza Filho, Weberson Eduardo, concorda. Há 10 anos a escola busca parcerias para promoção da paz e mediação da violência, com programas do Governo de Minas como o Fica Vivo, do Poupança Jovem de cultura pela paz e de assistência do Conselho de segurança Pública. “É um trabalho de longo prazo. E nestes 10 anos já percebemos a melhoria da disciplina na nossa escola de uma forma geral”.
Para uma assistente social que participou das discussões “nenhuma boa política pública é feita de forma isolada. A escola não pode se isolar e ficar parada. Não é só a educação que resolve tudo. É preciso acionar os órgãos de saúde, de segurança, de cultura, as universidades, os conselhos, os juizados de menores”. Outra diretora concordou dizendo que “o problema vai além da criança, e se estende a família que está nesta área de vulnerabilidade. Precisamos também estreitar as pontes entre as escolas estaduais e municipais para mapear e compartilhar casos”.
Por esta razão, Arlete Gonçalves Lages, da Secretaria de Estado de Educação, que trabalhou no plano piloto que deu origem ao Forpaz, lembrou que “a palavra-chave do Forpaz é a articulação, e que deve buscar esta parceria é o diretor. Compartilhem os casos, relate aos órgãos competentes. Precisamos deixar o sofrimento e o passado para trás e nos engajarmos em novas idéias. Pedir ajuda, ter paciência, e perceber que na mediação de conflitos e na promoção da paz nada de efetivo se faz sozinho. Estamos em um momento crucial e não podemos perder esta oportunidade de mobilização”, concluiu Arlete.
        

 

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